Autismo, vamos aprender juntos sobre ele.

Autismo, vamos aprender juntos sobre ele.

Autismo, vamos aprender juntos sobre ele.
“Quando se está grávida, são inevitáveis as expectativas criadas sobre o filho. Que faculdade vai estudar ou que profissão vai ter? Médico, advogado... E de repente um diagnóstico põe por água a baixo essas expectativas, ou pelo menos elas ficam num segundo plano. Seu filho é autista. A partir desse momento, o que passa quase que despercebido pelas outras mães, para quem tem um filho autista passa ser uma imensa vitória. Um olho no olho, um chute de volta na bola, e o tão sonhado momento, tão grandioso quanto à entrada numa faculdade. O dia em que ele vai te chamar de mamãe."
Lívia Couri Ganem Cervera, mãe do Theo.
No final de 2016 fomos surpreendidos pelo diagnóstico de que nosso pequeno
Theo tinha autismo. Ver outras crianças com autismo é sempre muito comovente, mas nunca achamos que irá acontecer em nossa casa.
Ficamos sem saber o que fazer realmente, como seria para tratar, conviver, interagir e integrar uma criança com autismo.
As dúvidas foram se desfazendo aos poucos, consultando médicos, conversando com outros pais na mesma situação, pesquisando na internet.

Com isso, resolvemos transformar o pouco que conseguimos aprender sobre o autismo, em uma matéria que esperamos possa ajudar outros pais, mães, avós, irmãos a lidar com o autismo de suas crianças.

O que é realmente o autismo?

Em de maio de 2013 a Associação Americana de Psiquiatria lançou uma atualização do seu Manual de Saúde Mental, o DSM-5 que é um manual de diagnóstico e estatística, criado para definir transtornos mentais. O DSM-5 é a base de diagnóstico de saúde mental mais usado no mundo por terapeutas ocupacionais, médicos e psicólogos.
Desde então se englobou Autismo, Transtorno Autista, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Generalizado do Desenvolvimento Não Especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA. Nessa nova definição a Síndrome de Asperger passa a ser considerada como uma forma mais branda de autismo. Os pacientes são diagnosticados em graus de comprometimento, tornando o diagnóstico mais completo.
Chamamos de TEA as desordens complexas de desenvolvimento do cérebro, que podem ocorrer antes, durante ou logo depois do nascimento, e que se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e em comportamentos repetitivos.
Todas as pessoas com TEA têm essas mesmas dificuldades, porém, elas são afetadas com maior ou menor intensidade. Por isso em alguns casos essas dificuldades se tornam tão evidentes logo após o nascimento, e em outros, vão se tornando visíveis durante o desenvolvimento.
O TEA está associado com deficiências intelectuais, de coordenação motora e de atenção. Podem desenvolver hiperatividade, dislexia (perturbação na aprendizagem da leitura pela dificuldade no reconhecimento da correspondência entre os símbolos gráficos e os fonemas, bem como na transformação de signos escritos em signos verbais) e dispraxia (disfunção motora neurológica que impede o cérebro de desempenhar os movimentos corretamente).
Alguns podem desenvolver distúrbios gastrointestinais, e na adolescência podem vir a ter ansiedade e depressão.
Outros sinais que podem aparecer são dificuldades de aprendizado em várias etapas da vida, como por exemplo, ir à escola ou até mesmo atividades corriqueiras como tomar banho ou preparar a própria refeição.  Enquanto alguns precisarão de apoio especializado por toda vida, outros poderão ter uma vida razoavelmente normal. 

Causas do autismo

Apesar de termos pesquisas intensas e bem avançadas nessa área, as causas do autismo ainda são desconhecidas. Nenhum gene foi identificado ainda, pesquisadores procuram por mutações do código genético que a criança possa ter herdado. Acredita-se que uma séria de combinações de fatores pode levar ao autismo.  A genética, segundo a Associação Médica Americana, é um fator importante nas causas do autismo. As chances de uma criança ser autista por heranças genéticas são de 50%.  Os outros 50% ficam por conta de fatores externos, como o ambiente em que a criança é criada.
Alguns dos genes envolvidos nas causas do autismo tornam as crianças mais suscetíveis ao transtorno, outros afetam o desenvolvimento do cérebro e a comunicação entre os neurônios e outros determinam a gravidade dos sintomas.
No que diz respeito aos fatores externos podemos destacar a poluição do ar, complicações durante a gravidez, infecções causadas por vírus, alterações no trato digestório, contaminação por mercúrio.
Outro fator que se considera são os casos em que a idade do casal supera os 40 anos, neste caso os riscos de erros ou falhas no material genético são maiores. Já se reconhece há anos que o aumento de idade materna para engravidar está relacionado com o aparecimento de crianças sindrômicas, especialmente a Síndrome de Down, e o Autismo não fogem a essa regra.
Hoje em dia a medicina perinatal está cada vez mais capacitada a salvar bebês prematuros. A prematuridade aumenta a possibilidade de autismo por fatores como a baixa idade gestacional, complicações pós-parto com o sistema respiratório e riscos de infecção.
Algumas hipóteses que foram consideradas como causas do autismo por muitos anos, hoje estão descartadas. Vacinas, alimentos artificiais, perfil emocional e qualidade do relacionamento mãe-filho.
Pesquisas atuais tentam de alguma forma identificar o mecanismo genético causador para tentar reverter ou inibir sua ação. Os resultados são promissores, mas, ainda sem uma conclusão.
Como falamos anteriormente, não há cura conhecida para o autismo.
Seu diagnóstico baseia-se na presença de determinados padrões de comportamento.
Uma vez identificado sinais de autismo ou mesmo estabelecido o diagnóstico (precoce), a intervenção é fundamental para a aquisição dos repertórios de comunicação, socialização, autonomia e motora, fundamentaispara o desenvolvimento da criança.

Outros transtornos de desenvolvimento parecido com o autismo

Síndrome de Rett- É uma desordem do desenvolvimento neurológica relativamente rara, reconhecida no início da década de 1980. Diferente do autismo, só ocorre no sexo feminino. Diversos estudos apontaram que pode ocorrer em qualquer grupo étnico com aproximadamente a mesma incidência. A prevalência da Síndrome de Rett é de uma em cada 10.000-20.000pessoas do sexo feminino.
Transtorno desintegrativo da infância - Também conhecido como síndrome de Heller, é uma condição em que as crianças se desenvolvem normalmente até as idades de 2 a 4, a partir de determinado momento, começa a perder todas as capacidades anteriormente adquiridas, passando a ter comportamento semelhante aos do autismo.
Transtorno de desenvolvimento pervasivonão especificado - Também chamado de autismo atípico, demonstram déficit em pelo menos um dos 3 sintomas principais (comunicação, habilidades sociais e comportamento/interesses), que pode ser de forma mais branda também. Mas as características não o enquadram em transtorno autista ou transtorno do desenvolvimento pervasivo.
Síndrome de Asperger - Pacientes possuem desenvolvimento normal da linguagem e cognição normal, porém possuem dificuldades nas interações sociais, pode também ter interesses intensos ou restritos e/ou comportamentosproblemáticos.

Alguns sintomas peculiares de Autismo

A maioria dos pais suspeita que algo esteja errado antes de a criança com autismo completar 18 meses de idade e busca ajuda antes que ela atinja dois anos.
Algumas crianças parecem normais antes de um ou dois anos, mas de repente "regridem" e perdem as habilidades linguísticas ou sociais que adquiriram anteriormente. Esse tipo de autismo é chamado de autismo regressivo.
As crianças com autismo normalmente têm dificuldade:
  •       Em brincar de faz de conta.
  •       Ter interações sociais.
  •       Comunicação verbal e não verbal.

Uma pessoa com autismo pode ter:
  •       Visão, audição, tato, olfato ou paladar excessivamente sensível.
  •      Ter uma alteração emocional anormal quando há alguma mudança na rotina.
  •       Fazer movimentos corporais repetitivos.
  •       Demonstrar apego anormal aos objetos.

Os problemas de comunicação no autismo podem incluir:
  •       Não poder iniciar ou manter uma conversa social.
  •       Comunicar-se com gestos em vez de palavras.
  •       Desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la.
  •       Não ajustar a visão para olhar para os objetos que as outras pessoas estão olhando
  •       Não se referir a si mesmo de forma correta (por exemplo, dizer "você quer água" quando a criança quer dizer "eu quero água").
  •       Não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos (acontece nos primeiros 14 meses de vida).
  •       Repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais.
  •       Usar rimas sem sentido.

Dentre todos os sintomas que podem indicar autismo, nem sempre a criança apresentará todos eles. Entre os grupos de sintomas que podem afetar uma pessoa com autismo estão:
  •       Interação social.
  •       Não faz amigos.
  •       Não participa de jogos interativos.
  •       É retraído.
  •       Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual.
  •       Pode tratar as pessoas como se fossem objetos.
  •       Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado.
  •       Mostra falta de empatia.
  •       Resposta a informações sensoriais.
  •       Não se assusta com sons altos.
  •       Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou opressivo.
  •       Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe.

Na hora de brincar:
  •       Não imita as ações dos outros.
  •       Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas.
  •       Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação.

Comportamentos:
  •       Acessos de raiva intensos.
  •       Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança).
  •       Baixa capacidade de atenção.
  •       Poucos interesses.
  •       É hiperativo ou muito passivo.
  •       Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo.
  •       Necessidade intensa de repetição.
  •       Faz movimentos corporais repetitivos.

Algumas coisas que precisam ser observadas sobre o autismo:

  •       O autismo é permanente, a criança autista será um adulto autista.
  •       O autista, assim como qualquer ser humano, é único, com características individualizadas.
  •       Os autistas podem ter uma sensibilidade mais acentuada em um ou mais de seus cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – em alguns mais intensos que em outros. Um autista pode achar um som que seria imperceptível para outras pessoas, ou que seria ignorado, como um incômodo muito grande, o que lhe causaria ansiedade ou até mesmo dor física.
  •       Essa sensibilidade sensorial pode atrapalhar na hora de conhecer seu próprio corpo.
  •       Alguns podem ser sub sensíveis, ou seja, podem não sentir dor ou temperaturas extremas.
  •       Outros balançam, rodam ou agitam as mãos para criar sensação, demonstrar alegria ou para ajudar com o stress.
  •       Muitos podem se destacar em habilidades visuais, matemática, arte e música.
  •       O autista é muito atento a detalhes e a exatidão.
  •       A capacidade de memória do autista é muito acima da média.
  •       Acredita-se que os processos de aprendizados, rotinas, informações etc., fiquem fixados na mente deles depois de aprendidos.
  •       Alguns escolhem uma área específica de interesse e se concentram por muito tempo nela, podendo estudar ou trabalhar nessas áreas.
  •       Ser aficionados por rotina os favorece na execução de trabalhos.
  •       Autistas são funcionários leais e de confiança.
  •       Não se tem uma estatística certa quanto ao número de crianças com autismo.

Buscando ajuda médica para o autismo

Os sinais de autismo aparecem, geralmente, no primeiro ano de vida. Quaisquer sinais de transtorno em seu filho procurem um médico. Ele poderá recomendar exames específicos.
Fique atento a estes sinais de alerta:
  •       Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses.
  •       Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses.
  •       Não balbuciar aos 12 meses.
  •       Não gesticular aos 12 meses.
  •       Não dizer nenhuma palavra aos 16 meses.
  •       Não dizer frases compostas de pelo menos duas palavras aos 24 meses.
  •       Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade.

Como agir na consulta médica:
É provável que pelos sintomas apresentados, um pediatra consiga fazer o diagnóstico de autismo, no entanto, ele poderá encaminhar a criança para centros especializados para avaliará a criança.
Normalmente as consultas costumam ser breves, e como existem muitas informações e dúvidas, seria importante você ir preparado com todas as informações necessárias para fornecer ao médico.
Abaixo, alguns exemplos de informações formuladas por especialistas, para ajudar no diagnóstico mais rápido:
  •       Anote quaisquer sintomas que você tem conhecimento, mesmo aqueles que podem parecer sem relação com o motivo pelo qual você agendou a consulta.
  •       Anote as informações pessoais importantes, incluindo quaisquer tensões principais ou mudanças de vida recentes.
  •       Faça uma lista de todos os medicamentos, bem como de quaisquer vitaminas ou suplementos que você está dando para criança.
  •       Anote o máximo que puder, nossa mente as vezes pode falhar e esquecer detalhes importantes.

Vá preparado para responder as várias perguntas que o médico normalmente fazem.  Essas são algumas, que segundo especialistas, o médico pode fazer:
  •       Quais comportamentos em específicos levaram você a procurar ajuda médica para seu filho?
  •       Quando os primeiros sintomas começaram?
  •       Esses comportamentos atípicos são frequentes ou ocasionais?
  •       Quais os hábitos favoritos de seu filho?
  •       Seu filho interage com familiares e outras crianças?
  •       Sua família tem histórico de autismo ou algum outro transtorno cerebral?

Como se dá o diagnóstico de autismo

O médico procurará por sinais de atraso no desenvolvimento da criança, levando em conta o que você informar na consulta, e alguns testes que são feitos. O diagnóstico é feito com base no DSM-5 (Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), da Associação Americana de Psiquiatria. Se observados os principais sintomas do autismo, ele encaminhará a criança em questão para um especialista, que poderá fazer um diagnóstico mais exato e preciso.
É muito importante que todas as crianças façam exames de desenvolvimento de rotina com o pediatra. Em caso de preocupação com algum sintoma diferente, podem ser necessários mais testes. Para autismo, isso deve ser feito principalmente se uma criança não atingir marcos de linguagem.
Exames que podem ajudar no diagnóstico:
  •       Teste auditivo para afastar a perda de audição.
  •       Exame de sangue para verificar os níveis de chumbo e descarta envenenamento por chumbo.
  •       Exame físico completo.
  •       Exame neurológico.
  •       Ressonância Magnética (RM).
  •       Testes genéticos para detectar anomalias cromossômicas.
  •       Eletroencefalografia (EEG) para verificar a atividade de apreensão.

Podem ser usadas algumas ferramentas de exame específicas, como:
  •       Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR).
  •       Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS).
  •       Escala de classificação do autismo em crianças (CARS).
  •       Escala de classificação do autismo de Gilliam.
  •       Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento.

Tenha sempre em mente que por ter um amplo espectro de sintomas, o autismo pode não ser detectado em uma única avaliação. O ideal é ter a opinião de especialistas variados, para avaliar a comunicação, linguagem, habilidades motoras, fala, êxito escolar e habilidades de pensamento.

Convivendo com uma pessoa com autismo

Hoje em dia o autismo continua sendo um distúrbio difícil para as crianças e para suas famílias, contudo, a perspectiva que se tem hoje é muito mais esperançosa que as da geração passada.
Antes, a maioria das pessoas com autismo era internada em instituições. Atualmente, tendo um tratamento correto, muitos sintomas melhoram, mesmo que permaneçam por toda a vida. A maioria das pessoas com autismo consegue viver com suas famílias ou na sociedade.
A perspectiva de uma vida integrada vai depender muito da gravidade do autismo e do nível de tratamento que a pessoa recebe. Procurar ajuda de outras famílias que tenham parentes com autismo e por profissionais que deem o suporte necessário aos parentes também é uma alternativa interessante.

Complicações possíveis do autismo

O autismo pode estar associado a outros distúrbios que afetam o cérebro, tais como:
  •       Convulsões - As convulsões são efeitos colaterais comuns dos transtornos do espectro do autismo, e quase sempre começa em crianças e adolescentes com autismo.
  •       Esclerose tuberosa - Esse transtorno raro causa tumores benignos nos órgãos, inclusive no cérebro. A relação entre a esclerose tuberosa e o transtorno do espectro do autismo não é evidente. No entanto, estudos têm demonstrado que a incidência de transtorno do espectro do autismo é muito mais elevada em crianças com esclerose tuberosa.
  •       Síndrome do X Frágil - Também conhecida como Síndrome de Escalante ou Síndrome de Martin-Bell é a 2ª causa herdada mais comum de atraso mental, e é também a causa conhecida mais comum do autismo. Estima-se que afete 1 em cada 4000 homens e 1 em cada 6000 mulheres, com 1 em cada 150 mulheres sendo portadora do gene FMR1
  •       Outras complicações – Pode ser que sejam encontrados outros problemas tais como: agressão, irregularidades nos padrões do sono e hábitos alimentares, e problemas digestivos.
  •       O estresse de lidar com o autismo podem causar complicações sociais e emocionais para a família, para os cuidadores, e também para a própria pessoa com autismo. Por isso, um acompanhamento psicológico para todos os envolvidos é essencial.

Tratamento de Autismo

Coma já vimos anteriormente, não existe cura para autismo, mas se o problema for detectado precocemente e for feito um programa de tratamento intensivo e apropriado, as perspectivas da criança ter umamelhora aumentam muito.
A maioria dos programas para crianças com autismo tem por objetivo maximizar as habilidades sociais e comunicativas, aumentando os interesses da criança com uma programação altamente estruturada de atividades construtivas, reduzindo os sintomas do autismo. Os recursos visuais geralmente são úteis.
Contudo a forma de tratamento que tem obtido mais êxito é aquela direcionada às necessidades específicas da criança. Cada criança com autismo tem uma peculiaridade, por isso deve-se procurar por especialistas para desenvolver um programa para cada criança.
Há várias terapias para autismo disponíveis, incluindo:
  •       Terapias de comunicação e comportamento.
  •       Medicamentos.
  •       Terapia ocupacional.
  •       Fisioterapia.
  •       Terapia do discurso/linguagem.

Existem vários programas relacionados ao autismo. Alguns focam na redução de problemas comportamentais e na aprendizagem de novas habilidades. Outros ajudam as crianças a agir em determinadas situações sociais e a como se comunicar propriamente.
Um desses programas é a ABA (Applied Behavior Analysis), sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento, muito utilizado em crianças pequenas com algum distúrbio dentro do espectro do autismo.
Segundo especialistas, a Análise do Comportamento é feita avaliando comportamentos que podem ser observados e modificados. Essa análise é feita em eventos antecedentes e consequentes do comportamento, e na modificação do mesmo. Um exemplo dado é o de uma criança que morde outra, nessa situação pode-se avaliar: em quais situações isso ocorre, em quais horários, quais crianças são as principais “vítimas”, qual a reação das crianças e dos adultos que estão naquele ambiente, se ela tem acesso a algum brinquedo após a mordida. Todas as variáveis daquele comportamento são avaliadas e algumas modificadas.
São muitos os estudos que dão suporte a ABA, e ela vem sendo bastante utilizada em pessoas com autismo.
Como conseguir que seu plano de saúde cubra a ABA?
No blog Terapia ABA, você encontra informações importantes de como conseguir que seu plano de saúde cubra as despesas com a ABA. 
Outro programa usado como alternativa de tratamento é o TEACCH (Treatmentand Educationof Autisticandrelated Communication-handicapped Children),sigla em inglês para Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados à Comunicação, que utiliza outros recursos visuais que ajudam a criança a trabalhar de forma independente e a organizar e estruturar seu ambiente.
Nessa técnica o professor ajusta o ambiente do autista de maneira que comportamentos indesejáveis desapareçam ou, pelo menos, sejam amenizados, e condutas adequadas recebam reforço positivo.
São utilizados estímulos visuais usando fotos, figuras, cartões; estímulos corporais como apontar, gestos, movimentos corporais; e estímulos auditivos, cinestésicos e visuais, como som, palavra, movimentos associados às fotos; para buscar a linguagem oral ou uma comunicação alternativa.
As atividades visuais a serem desenvolvidas naquele dia são indicadas por meio de cartões com fotos, desenhos, símbolos, palavra escrita ou objetos concretos em sequência, por exemplo, potes, legos etc.. O professor irá programar individualmente cada atividade de cada criança. As crianças autistas respondem melhor às situações dirigidas que às livres e também respondem mais consistentemente aos estímulos visuais que aos estímulos auditivos.
No site universo autista você encontra muitas informações úteis.

Medicamentos para autismo

Não existem medicamentos capazes de tratar os principais sintomas do autismo, mas, muitas vezes, são usados medicamentos para tratar problemas comportamentais ou emocionais que os pacientes com autismo apresentem, como agressividade, ansiedade, problemas de atenção, compulsões extremas que a criança não pode controlar, hiperatividade, impulsividade, irritabilidade, alterações de humor, surtos, dificuldade para dormir e ataques de raiva.
No link abaixo você encontra uma matéria bastante interessante sobre os remédios do autismo. Mas lembre-se, toda medicação deve ser receitada por um médico especialista.

Dieta para autismo

Ainda não existe um consenso entre os especialistas sobre uma dieta para o autismo. Pesquisas sobre esse tema não tiveram resultados conclusivos. Contudo algumas crianças com autismo responderam bem a uma dieta sem glúten ou sem caseína. O glúten é encontrado em alimentos que contêm trigo, centeio e cevada. A caseína é encontrada no leite, no queijo e em outros produtos lácteos.
A dieta livre de caseína, glúten e soja promove alterações cerebrais que diminuem a euforia e a agressividade de pessoas com autismo.
Outra coisa, pessoas com autismo tendem a ter algumas deficiências nutricionais, suprir essas deficiências ajuda a controlar melhor a doença. A maior parte das pessoas com autismo possui:
  •       Deficiência em zinco.
  •       Excesso de cobre.
  •       Deficiência em cálcio e magnésio.
  •       Deficiência em ômega 3.
  •       Deficiência de fibras.
  •       Deficiência em antioxidantes.

Problemas como um cérebro desnutrido, infecções gastrointestinais, ou acúmulos de compostos tóxicos, impedem que a pessoa com autismo tire proveito por completo das terapias comportamentais, por prejudicarem a comunicação com o cérebro. Por esse motivo a alimentação se torna fundamental.
O site do FADA tem dicas boas sobre alimentação, e tem até umas receitinhas.

Cuidados com tratamentos sem base científica para autismo

Muitos tratamentos anunciados ou curas milagrosas para o autismo, sem base científica, acabam não atendendo as expectativas.
Um exemplo desses tratamentos precoce são as infusões de secretina. Houve muita empolgação com esse método de tratamento no passado. Agora, depois de muitas pesquisas realizadas em vários laboratórios, é possível que a secretina não faça nenhum efeito para crianças com autismo. No entanto, as pesquisas continuam.
Se você é pai ou mãe de pessoas com autismo, procure falar com outros pais de crianças autistas e com especialistas em autismo. Interaja com grupos de pais na internet.  Acompanhe o avanço das pesquisas na área, que está se desenvolvendo rapidamente.

O direito das pessoas com autismo garantidas por lei

Em 27 de dezembro de 2012 o Governo Federal sancionou a Lei 12764/12, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.  Entre os vários temas abordados pela Lei estão:
  •       Vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer.
  •       Proteção contra qualquer forma de abuso e exploração.
  •       Acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo:

§  Diagnóstico precoce, ainda que não definitivo.
§  Atendimento multiprofissional.
§  Nutrição adequada e a terapia nutricional.
§  Medicamentos.
§  Informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento.
  • Acesso à:

§  Educação e ao ensino profissionalizante.
§  Moradia, inclusive à residência protegida.
§  Mercado de trabalho.
§  Previdência social e à assistência social.

Sites que falam de autismo:

Na página do site “autismo e realidade”, abaixo, você encontra links direcionando para sites de grupos e associações,  sites pessoais e outros de interesse para pessoas com autismo:
No mesmo site, na página abaixo, você encontra um mapa do Brasil, onde clicando no Estado escolhido, abre uma relação com endereços de instituições que cuidam de pessoas com autismo. 
E na página a seguir vários informações sobre os direitos das pessoas com autismo.
Abaixo uma relação de sites que podem ser de ajuda em suas pesquisas e orientações:
Gostaria da colaboração de todos que lerem esse artigo para nos ajudar, corrigindo o que estiver errado, acrescentando coisas importantes, deixando seu comentário.

Vamos trocar informações, só assim poderemos aprender juntos sobre o assunto.

Comentários

  1. Pedro querido, o autismo me causa um interesse especial. Nós, os “normais”, assumimos o instante presente como se fosse um direito, uma banalidade que se repete infinitamente. E eu diria que o autista é uma espécie de gênio do tempo e do espaço, ele sente toda a imensidão do universo, numa simples troca de olhares. Pois essas duas habilidades do autismo, a sensibilidade aguçada e a memória privilegiada, fazem da realidade um verdadeiro milagre. E não é nada fácil viver, continuamente, em um milagre. O desafio de um autista é carregar, conscientemente, com todas as epifanias que cabem num segundo. E o nosso é aprender a sentir a vida com mais surpresa e gratidão. Frente a um autista, eu tento assumir o meu silencio interno, eu tento me escutar com mais coragem. O autista me põe de frente com o mistério, com o prodígio assombroso da existência.

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