Peixe-leão
Você
já ouviu falar do peixe leão? Um mais belos espécimes dos mares, é também um
dos seus maiores vilões.
No
mar de Arraial do Cabo, litoral do Estado do Rio, pesquisadores encontraram um desse
espécime. E quando falamos "um", é "um" mesmo: um
indivíduo. Bonito, colorido, que parece até enfeitado com bandeirolas.
O
problema é que ele não tinha nada que estar ali. Ele é uma ameaça ao equilíbrio
ambiental.
Em
Arraial do Cabo, por enquanto ele é "um".
Nos anos 80, no Sul dos
Estados Unidos, o peixe-leão também apareceu assim, sozinho. E depois
multiplicou-se e fez um estrago por todo o mar do Caribe.
O
peixe-leão chegou as aguas da península de Yucatan, no México, em 2009 e
rapidamente os pescadores da ilha de Cozumel perceberam a queda na produção de
peixes como garoupas e pargos, espécies muito importantes comercialmente para
eles. O pescado tinha virado alimento do peixe-leão. E ele come qualquer coisa
que passe pela garganta dele. Vindo dos oceanos Índico e Pacífico, não tem
predador natural no Oceano Atlântico. Uma só fêmea pode botar dois milhões de
ovos por ano - é um invasor implacável.
Ainda não se sabe ao certo
como o peixe, uma das maiores ameaças à biodiversidade marinha do Caribe,
chegou à nossa costa. Já é a segunda aparição do peixe-leão no Brasil. A
primeira foi há menos de um ano, em maio de 2014, também em Arraial do Cabo. O
que se tem ciência sobre o caso, porém, é grave: venenosa, a espécie é uma
grande ameaça à conservação da fauna marinha.
Animal de valor ornamental, o peixe-leão é conhecido
por enfeitar aquários, mas se torna muito perigoso quando solto em habitats aos
quais não pertence (ele é natural de recifes do Indo-Pacífico). No topo da
cadeia alimentar, e capaz de depositar milhares de ovos, a espécie elimina
rivais com seu veneno e ameaça a sobrevivência de corais de recife. Ele foi
introduzido no Caribe por sua inegável beleza. Só que acabou por se transformar
em vilão.
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