Violência contra a mulher. Até quando vamos aceitar isso?

Violência contra a mulher. Até quando vamos aceitar isso?



         Quando comecei a escrever esse blog, meu primeiro post foi sobre violência contra a mulher.


         Algum tempo depois, tivemos os noticiários tomados por um crime que abalou o Brasil, em especial o Rio de Janeiro e a Argentina. O espancamento brutal e cruel que culminou com a morte de Suhene Carvalhaes Muñoz, carioca, 26 anos, pelo próprio noivo, o argentino Damian Ariel Loketek.
        

        A família da jovem luta para que Damian responda por feminicídio , já que atualmente ele responde por violência doméstica, que tem uma pena muito mais branda e a cargo do juiz.

            Já no caso de feminicídio, na Argentina, pode resultar até mesmo em prisão perpétua. Suhene foi agredida por Damian em 19 de julho de 2014 e morreu oito meses depois, em março deste ano, em consequência de lesões que teve na cabeça. A jovem trabalhava na área de apoio técnico da IBM - ela havia sido promovida um mês antes - e cursava o 3º ano de Veterinária na Universidade de Buenos Aires (UBA).

            A família já contratou uma advogada e lançou uma campanha no Facebook pedindo justiça.

         
       Somente depois do ocorrido, quando minha filha estava internada, fiquei sabendo o quanto ele era agressivo. Damian estava incomodado com a promoção que Suhene recebeu. Como trabalhavam juntos, com a promoção para outro setor, Suhene teria que ir para outro prédio. Ele dizia para ela que os homens a cantariam - disse a mãe da jovem, a terapeuta Catarina Carvalhaes dos Santos Muñoz, de 53 anos.


            Segundo Catarina, a discussão que resultou numa violenta surra aconteceu na madrugada seguinte à comemoração de dois anos de namoro do casal: Suhene precisava estudar para duas provas e, como Damian iniciou uma discussão, disse que iria para a casa da mãe. A universitária pegou os livros e, quando saía de casa, foi violentamente puxada pelos cabelos. Depois, levou uma “gravata”.

         - Soube disso pela minha própria filha. Ela levou muitos golpes na cabeça, inclusive quando estava desmaiada. Esse rapaz treinava full contact (boxe tailandês), daí você pode imaginar a força dele. Minha filha tinha 1,57 metros e pesava 50 quilos. Estava indefesa. Sua única reação foi dar uma mordida nele e, por isso, ele chegou a alegar que havia sido agredido também. Um absurdo - contou Catarina.

            Suhene teve hidrocefalia e coágulos em consequência da surra. Nos oito meses seguintes, ela se dividiu entre internações em hospitais e domiciliar. Damian, que chegou a ser preso em flagrante e acabou sendo liberado, trabalhava normalmente.
- Minha filha me dizia: “Mamãe, eu estou aqui prisioneira e ele livre. Não é justo”. E eu não sabia o que dizer. É tudo muito triste - disse a terapeuta.

         A família da universitária não teve mais notícias do rapaz desde que Suhene morreu. Eles temem que Damian tenha saído da Argentina, já que tem parentes em Israel.
- Isso não pode acontecer. Ele tem que pagar. Você não faz ideia de como eu tenho vivido. Meu coração parece que está pela metade. Perder uma filha é o pior que existe no mundo. Não tem como descrever essa dor - disse Catarina.

            Suhene nasceu no Rio de Janeiro e vivia desde os 5 anos na Argentina. Apesar disso, a jovem não pediu a cidadania daquele país, pois dizia que tinha vontade de voltar a morar no Brasil e montar aqui uma ONG de defesa dos animais.
Em nota, o Itamaraty informou que “a nacional brasileira Suhene Carvalhaes Muñoz teve seu óbito declarado em 17 de março de 2015, em Buenos Aires. Processo investigativo foi iniciado pela polícia argentina e encontra-se ainda em curso, com acompanhamento pelo Consulado brasileiro em Buenos Aires”.

Vamos ajudar a família a divulgar este caso, entre no facebook e compartilhe. Não vamos deixar isso assim.

Reportagem do jornal La Nacion, da Argentina, sobre o caso:



É muito triste voltar a falar de um assunto desses.

Pedro Ganem



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