Um dos maiores inimigos das
mulheres é, sem dúvida nenhuma, o câncer de mama. Neste artigo vamos tentar
mostrar algumas coisas que talvez você não saiba, ou não se lembra. Então vamos
lá.
Todo câncer se caracteriza por um
crescimento rápido e desordenado de células, que se multiplicam. Essas células
tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, formando tumores malignos
(câncer), que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. O câncer também é
comumente chamado de neoplasia.
Ele afeta as mamas, que são
glândulas formadas por lobos, que se dividem em estruturas menores chamadas
lóbulos e ductos mamários. É o tumor maligno mais comum em mulheres e o que
mais leva as brasileiras à morte, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Segundo dados produzida pelo Inca, o Brasil, em 2014-2015, teve
576 mil novos casos de câncer. Desses, 57.120 mil foram tumores de mama.
O câncer de mama é relativamente
raro antes dos 35 anos, mas acima dessa idade sua incidência cresce rápida e
progressivamente. É importante lembrar que nem todo tumor na mama é maligno e
que ele pode ocorrer também em homens, mas em número muito menor. A maioria dos
nódulos (ou caroços) detectados na mama é benigna, mas isso só pode ser
confirmado por meio de exames médicos.
Sintomas do câncer de mama
O sintoma mais comum
é o aparecimento de um caroço. Nódulos que são indolores, duros e irregulares
têm mais chances de ser malignos, mas há tumores que são macios e arredondados.
Portanto, é importante ir ao médico. Outros sinais incluem: Inchaço em parte do
seio, irritação da pele ou aparecimento de irregularidades que se assemelha a
casca de uma laranja, Dor ou inversão do mamilo (para dentro), vermelhidão ou
descamação do mamilo ou pele da mama, caroço nas axilas, Saída de secreção (que
não leite) pelo mamilo.
Detecção precoce do câncer de mama
O câncer de mama é uma doença
grave, mas que pode ser curada. Quanto mais cedo ele for detectado, mais
chances. Na fase inicial, isto é, quando o nódulo é menor que 1 centímetro, as
chances de cura chegam a até 95%
Quanto maior o tumor, menor a
probabilidade de vencer a doença. A detecção precoce é, portanto, uma
estratégia fundamental na luta contra o câncer de mama. Tumores de 1 cm são
pequenos demais para serem detectados por palpação, mas são visíveis na
mamografia. Por isso é fundamental que toda mulher faça uma mamografia por ano
a partir dos 40 anos.
Autoexame da mama
Sintomas do câncer de mama
Detecção precoce do câncer de mama
Autoexame da mama
Durante muito tempo, as campanhas
de conscientização para o câncer de mama divulgaram a ideia de que o autoexame
das mamas, baseado na palpação, era a melhor forma para detectá-lo
precocemente. Mas o tempo passou, a medicina evoluiu e as recomendações
mudaram.
O autoexame continua sendo
importante – mas de forma secundária. Quando o tumor atinge o tamanho
suficiente para ser palpado, já não está mais no estágio inicial, e as chances
de cura não são máximas.
Infelizmente, ainda há muita
desinformação no Brasil. Uma pesquisa realizada em 2008 pelo Datafolha a pedido
da Femama revelou que para 82% das mulheres o autoexame é a principal forma de
diagnóstico precoce. Apenas 35% apontaram a mamografia.
A incidência do câncer de mama vem
crescendo no mundo todo, mas, quando se trata do número de mortes causadas pela
doença, as tendências variam. Em países desenvolvidos, a mortalidade vem caindo
lentamente, ao passo que nos países em desenvolvimento, como o Brasil, registra-se
um gradativo aumento.
Pelo menos parte dessa diferença
se deve ao diagnóstico precoce, ainda precário no nosso país. Entre 1999 e
2003, quase metade dos casos de câncer de mama foram diagnosticados em estágios
avançados, segundo estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Mamografia
A mamografia é um exame de raios-X, na qual a mama é comprimida
entre duas placas de acrílico para melhor visualização. Em geral são feitas
duas chapas de cada mama: uma de cima para baixo e uma de lado. Apesar da
compressão da mama ser um pouco desagradável para algumas mulheres, é
importante lembrar que ela não é perigosa para a mama. A dose de raios X
utilizada nos aparelhos modernos é também muito baixa, e não deve servir de
empecilho para a realização do exame.
Fundamental e insubstituível, a
mamografia pode detectar nódulos de mama em seu estágio inicial, quando não são
percebidos na palpação do autoexame feito pela mulher ou pelo profissional de
saúde. Por serem pequenos, esses nódulos têm menor probabilidade de
disseminação e mais chances de cura.
Por essa razão, as mulheres acima
de 40 anos devem realizar a mamografia regularmente, em intervalos anuais. E,
com a efetivação da Lei Federal nº 11.664/2008, em vigor a partir de 29 de abril
de 2009, toda mulher brasileira tem direito a realizar pelo SUS sua mamografia
anual a partir dessa idade.
Como todo exame médico, a
mamografia está sujeita a deficiências. Acredita-se que cerca de 10% dos casos
comprovados de câncer de mama não sejam detectados na mamografia,
principalmente em mulheres jovens, que têm a mama densa. A ultrassonografia
pode auxiliar no diagnóstico quando associada à mamografia e pode ser muito
útil para detectar lesões duvidosas.
Diferentes tipos de câncer de mama
O câncer de mama pode se
manifestar de diversas formas, e conhecer seus principais tipos ajuda a
compreender melhor o que está acontecendo. O diagnóstico positivo é sempre uma
notícia impactante, mas é importante estar bem informada para conversar com o
oncologista sobre as opções de terapias disponíveis e mais apropriadas para o
seu caso. Há os tumores mais e os menos agressivos, e os que crescem mais ou
menos rápido, por exemplo.
Uma série de características vai
permitir ao médico indicar o tratamento mais adequado, aquele com maior chance
de trazer a cura no menor tempo possível, minimizando os riscos de recaída.
Muitas vezes, porém, a paciente não fica sabendo o que significam tantos termos
técnicos e quais são suas implicações, o que tende a aumentar ainda mais sua
angústia nesse momento tão delicado. Não deixe de conversar com o seu médico
para acompanhar todos os passos do tratamento.
As primeiras informações sobre o
tipo de tumor costumam vir no resultado da biópsia, que informa se o carcinoma
(que é sinônimo para câncer de mama) é ductal ou lobular, classificação que diz
respeito ao local da mama onde se originou o tumor.
Carcioma ductal ou lobular
O tipo mais comum é chamado
carcinoma ductal, porque se origina nas células dos ductos mamários. Ele pode
ser in situ, quando se restringe às células desses ductos, ou invasor, quando
se dissemina para os tecidos adjacentes. Já o carcinoma lobular, menos comum,
tem origem nas células dos lóbulos mamários, e também pode ser in situ ou
invasivo.
O carcinoma ductal ou o lobular in
situ representam o estágio mais precoce do câncer de mama. Se não forem
tratados, a tendência é evoluir para a forma invasora, disseminando-se para
outras regiões da mama e, posteriormente, do corpo. Nessa fase, os tumores são
muito pequenos (menores de 1 centímetro) para serem palpados, mas podem ser
detectados na mamografia e curados em 95% dos casos.
Tipo inflamatório do câncer de mama
O câncer de mama pode ser ainda do
tipo inflamatório, que é uma forma de apresentação incomum dos carcinomas
invasores. Ele costuma disseminar-se por toda a pele da mama, tornando-a
avermelhada, quente e inchada devido à presença de células tumorais nos vasos
linfáticos da pele.
Outros tipos de câncer de mama,
bem mais raros, incluem a doença de Paget, que se inicia no mamilo; os
linfomas, que acometem o sistema linfático da mama; e os sarcomas, que se
originam no tecido conjuntivo (músculo ou gordura) da mama.
Receptores hormonais
Seja qual for o tipo, todos os
tumores de mama devem ser testados
quanto à presença de receptores para hormônios femininos (estrógeno e
progesterona), que são proteínas localizadas na superfície externa da célula.
Sua presença indica sensibilidade das células tumorais a esses hormônios.
Trata-se de uma informação muito importante para definir que tipo de tratamento
a paciente irá receber. Os tumores positivos para receptores hormonais
geralmente crescem mais lentamente.
HER-2
Outro receptor cuja presença fará
muita diferença no tratamento prescrito pelo médico é conhecido como HER-2.
Trata-se de uma proteína, também situada na face externa da célula, que está
presente em 25% dos casos de câncer de mama. Os tumores HER-2 positivos
costumam ser mais agressivos, isto é, crescem e se disseminam mais rapidamente
que outros tipos de câncer, e devem ser tratados com medicamentos específicos.
Não se descuidem.
Fiquem atentas. A falta de informação é a maior inimiga nestes casos.
Deixem seus comentários, sugestões e críticas.
Beijos a todas.
Pedro Ganem.
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